segunda-feira, 2 de junho de 2008

Report In-Spot @ Rock In Rio 01/06

Propositadamente ou não, resta saber, este Dia Mundial de ''Todos Nós'' trouxe ao Rock In Rio segundo numeros oficiais, 8 mil Crianças, para além dos 4 Taste, Docemania e as Just Girls. Depois??? ...

Depois foi aquilo que era inevitável acontecer...
Choradeira e histeria são as palavras para descrever a recepção na estreia dos ídolos alemães em território nacional.



Depois de um concerto adiado devido a problemas na voz de Bill Kaulitz, os alemães Tokio Hotel estrearam-se hoje em solo nacional para gáudio de milhares de fãs. Maioritariamente do sexo feminino, os seguidores da banda concentraram-se frente ao palco e deram largas à emoção, chorando, gritando e pulando ao som de temas que sabem de cor.

«Break Away», «Final Day», retirados de Scream , deram início ao concerto e a histeria já era muita. Os problemas de voz de Kaulitz estão perfeitamente ultrapassados e o cantor passeia a sua androginia e juba (que concorre com o penteado de Amy Winehouse para o prémio de mais excêntrico) pelo palco, puxando pelas fãs.



«Live Every Second» é um dos temas mais celebrados do alinhamento, com a audiência a cantar o refrão em coro afinado entre o compasso de bateria. As letras inconsequentes mas carregadas de emoção contrastam com o som másculo dos instrumentos. «Ready, Set, Go!» é a canção que se segue e a euforia é grande, começando logo aos primeiros acordes.


Depois da balada «Black», faixa bónus de Scream , a acalmia momentânea desaparece e nova gritaria para receber o tema que dá nome ao álbum. Bill agradece em inglês macarrónico. Segue-se «Raise Your Hands» em registo acelerado. Para o final, os Tokio Hotel deixaram o maior sucesso da sua carreira: «Monsoon» foi cantado a plenos pulmões, com o cantor a responder à histeria com o seu melhor (leia-se possível) ar de matador.



Bill anunciara que «Monsoon» seria a última canção do alinhamento, mas após ligeiros momentos de suspense, a banda regressa ao palco para um curto encore. Depois de «Geh», uma balada em registo espasmódico, o grupo alemão despede-se definitivamente com «By Your Side». No final, o cantor agradece e acrescenta «vemo-nos da próxima vez», ou seja, daqui a precisamente 28 dias, quando os Tokio Hotel voltarem para um concerto em nome próprio no Pavilhão Atlântico.

Após a loucura instalada no recinto com o concerto dos Tokio Hotel, Joss Stone ofereceu ao Parque da Belavista um bem-vindo contraponto às canções juvenis dos alemães.



A inglesa entrou em palco de forma discreta, quase tímida, mas acabaria por conquistar a plateia com a sua postura fresca - literalmente: «I'm fucking freezing», diria, queixando-se do frio - e muito natural.
Com um vestido vaporoso vermelho e descalça, a cantora apresentou-se na Cidade do Rock acompanhada por uma banda com teclas e sopros (curiosamente, um ponto em comum a várias actuações) e duas cantoras de apoio, que a ajudaram a revestir canções como «Super Duper Love» e «Tell Me 'Bout It» de arranjos acetinados.



Se alguma coisa houver a apontar ao concerto de Joss Stone, é uma certa uniformidade nesses mesmos arranjos e no próprio material apresentado. No entanto, a simpatia de Joss Stone, que acabaria o espectáculo a oferecer flores ao público e aos seguranças, e até deu o colar que trazia ao pescoço a uma fã foi mais do que suficiente para seduzir a plateia, hoje menos numerosa do que nos dois primeiros dias de festival.



A voz quente da Jocelyn, que a tornou uma estrela ao primeiro álbum, tem também, como é evidente, muita responsabilidade no sucesso do concerto. Para o final, Joss guardou «Right To Be Wrong», mostrando-se verdadeiramente surpreendida e divertida com a participação do público no refrão, e uma passagem por «No Woman No Cry», de Bob Marley. Despediu-se com votos de «peace and love» depois de, com canções nem sempre espectaculares, ter dado um bom concerto. Uma espécie de anti-Winehouse, portanto. Seguiu-se Rod Stewart......

O Cantor britânico dá verdadeiro sentido à máxima "velhos são os trapos". Em pouco mais de uma hora faz apanhado dos grandes êxitos de 40 anos de carreira.



Embora os dados oficiais confirmem («apenas») 45 mil pessoas no Parque da Bela Vista (8 mil das quais são crianças), a verdade é que Rod Stewart foi recebido por uma plateia muito bem composta. O ídolo de gerações apresentou-se em registo best of e mostrou estar em grande forma (vocal e física).
O início fez-se logo ao som de «It’s a Heartache», um dos temas mais reconhecidos, seguindo depois para «This Old Heart» e «Forever Young». De casaco prateado e bem rodeado por três coristas/bailarinas, uma violinista e uma saxofonista, Rod Stewart segue animado para «Some Guys Have All the Luck».

Casaco despido e «Rhythm of the Heart» aquece o ambiente, terminando numa apoteótica prestação vocal (individual) dos três elementos do coro. O público rejubila. A voz rouca prossegue depois para repertório alheio, oferecendo de uma assentada «Downtown Train» de Tom Waits (plateia totalmente rendida) e «The First Cut Is The Deepest» de Cat Stevens. «Downtown Train» teve direito a coro do público, que não se faz rogado a responder às instruções do maestro, e a solo de bateria (desculpa perfeita para Stewart ir trocar de indumentária).



Eterno romântico, Stewart decide abrandar o ritmo e cantar em registo quase sussurrado «You’re in My Heart». «Having a Party» agita novamente os ânimos e a festa faz-se em cima e fora de palco. Chega então o tempo de entregar o protagonismo ao coro para ir novamente mudar de roupa. «Proud Mary», dos Creedence Clearwater Revival, em versão três vozes (poderosas) é o tema escolhido.
A um tema também popularizado por Tina Turner, «miss hot legs», só podia mesmo seguir-se… «Hot Legs». E é então que se percebe uma das exigências do cantor: 24 bolas de futebol chutadas para a plateia, em todas as direcções, recordando o seu passado de futebolista profissional.



A sequência mais certeira do alinhamento começa com «Baby Jane», com todos a dançar. De seguida é tempo de se acenderem isqueiros (sim, vêem-se mais isqueiros que telemóves) ao som de «Have I Told You Lately». «Have You Ever Seen the Rain» é depois alvo de coro afinado e sentido.
Para o final, Stewart reservou «Young Turks», «Maggie» e o incontornável «Da Ya Think I’m Sexy?». A resposta não se fez esperar. Mas o concerto não poderia terminar em beleza se não se ouvisse «Sailing», o hino supremo de Stewart.



Percorreu a sua carreira de décadas e deixou satisfeitos todos os que se deslocaram ao Parque da Bela Vista propositadamente para o ver. Em grande forma e muito bem acompanhado (e não falamos apenas do coro), Stewart provou ser capaz de continuar a mover multidões.

6 comentários:

Anónimo disse...

O que é uma "balada em registo espasmódico"?

Monchique disse...

Balada
do Prov. ballada, canção para dançar s. f., poesia narrativa que reproduz narrações ou lendas;
antigo canto, acompanhado de música.

espasmódico | adj.
convulsivo adj., relativo a espasmo.

Aqui fica, caro anónimo a resposta à sua pergunta, e obrigado por visitar o Blog.

Anónimo disse...

Caro monchique,
agradecido pela atenção, mas preferia que me respondesse à questão. Porque se for pela sua resposta, uma "balada em registo espasmódico" é "um antigo canto acompnhado por música convulsiva". E ficamos absolutamente na mesma.

E de nada. Costumo visitar regularmente.

Monchique disse...

Se costuma visitar regularmente podia começar por deixar a anonimidade de parte, este nao é, assim espero, um blog de guerrinhas, segredinhos e do diz que disse.
Depois, todas as noticias foram elaboradas por um correspondente do In-Spot no Recinto durante os 3 dias. Esse correspondente tambem vai estar presente na Cidade do rock os proximos 2 dias, 5ª e 6ª Feira.
Trata-se de uma pessoa credível e profissional no que, em qual confiamos. Pode ter utilizado por vezes um vocabulário mais Jornalístico que outro, mas os Jornalistas são mesmos assim, inesperados e surpreendentes.
Continue a visitar o blog e ja agora caro anónimo, ouça o nosso programa de rádio aos sábados entre as 15 e as 18 horas na Rádio Voz de Setúbal.

Anónimo disse...

Caro Monchique,
Se o seu problema é a anonimidade, não há problema, eu apresento-me: chamo-me Alexandre, prazer. Mas parece-me que continuamos mais ou menos na mesma: nem eu sei quem você é (aparentemente), nem vice-versa. Mas tem razão: assim é bem mais cordial e elimina a impessoabilidade.
Não foi meu intuito iniciar guerrilhas, segredinhos, nem diz que disse. Nem tão pouco colocar em causa o profissionalismo do jornalista em causa.
Só que, como em qualquer situação semelhante, resolvi utilizar o sistema de comentários que me é colocado ao dispor para tentar entender o que siginfica uma canção espasmódica, o que muito sinceramente continuo sem conseguir projectar... Se entende isto como guerrilha, eu fico-me por aqui nos comentários.
Sem remorsos nem compromissos.

Monchique disse...

Caro Alexandre, não é minha intenção deixa-lo ofendido pelo transcrito pela minha pessoa, agora, tratando-se de uma pessoa que foi solicitada por nós para fazer um trabalho desta envergadura e no qual nós lhe pusémos à vontade no que poderia transcrever para ser exibido no Blog, à partida não vou discordar do que foi escrito pelo nosso Correspondente, apesar de haver essa tal Palavra menos usual no vocabulário do nosso quotidiano.
Confesso a minha ignorância de não saber o significado de tal palavra, mas achei-a convidativa a po-la no Blog para leitura.
Espero que nao tenha levado a mal o que escrevi em anteriores comentários, motivo pelo qual apresento as minhas desculpas, esperando reve-lo de novo a comentar o nosso blog.

Obg

Pedro Monchique