segunda-feira, 2 de junho de 2008

Report In-Spot @ Rock In Rio dia 30/5



Lisboa é desde Sexta Feira passada a anfitriã da 3ª edição do Rock in Rio em solo nacional e a In-Spot conta-lhe e mostra-lhe tudo o que se passou em cada dia. Os bilhetes esgotaram para o primeiro dia e estiveram no recinto do Parque da Bela Vista90 mil pessoas ( Crise em Portugal ??? Alguem deu por ela ??? ). Acompanhe assim o melhores momentos vividos no Rock In Rio por um correspondente In-Spot na Cidade do Rock em Lisboa.

Pelo palco principal do evento passaram esta noite Lenny Kravitz e a muito aguardada Amy Winehouse (que se estreou em palcos nacionais, diga-se de passagem da melhor maneira possivel, tal qual a conhecemos...). A noite começou com as actuações do português Paulo Gonzo e a brasileira Ivete Sangalo.


Depois de um início cantado em inglês, Paulo Gonzo desejou os ''bons dias'' a uma já larga concentração de pessoas diante do palco metalizado de dimensões gigantescas. «Sinto-me privilegiado por abrir a sexta edição do Rock in Rio», confessou o cantor antes de atacar em força o seu pop/rock com laivos blues. Puxa da harmónica em palco e segue com «Diz-me Tu», e exige coro familiar em «Sei-te de Cor». Neste preciso momento ouve-se o seu maior sucesso, «Jardins Proibidos», em dueto com o público.


Uma hora depois Ivete Sangalo apresenta-se em boa forma, com um fato-macaco justo, irradiando sensualidade e energia. Um verdadeiro oceano de gente dança e salta ao som de «Sorte Grande (Poeira)», o êxito supremo da brasileira. Enquanto recupera o fôlego entre canções, Sangalo agradece a Portugal e confessa as suas saudades (do país e dos pastéis de Belém). «A minha vida com Portugal já é casamento e ninguém separa», diz, antes de ser inundada de aplausos.


Com mais de meia hora de atraso, Amy Winehouse entra em palco e articula, com dificuldade, e nao dá dá qualquer brilho vocal às óptimas canções de Back To Black . A banda que a acompanha, com destaque para os sopros e para os dançarinos/cantores de apoio, ajudam a compôr um ramalhete periclitante ao qual, no entanto, o público reage de forma entusiasta e encorajadora. Amy, uma figura mínima perdida em palco, muito longe do que já a vimos fazer, não tomba mas pouco falta.


Depois do cai não cai de Amy Winehouse, à beira do colapso durante boa parte da actuação, Lenny Kravitz salvou a honra do Rock In Rio Lisboa, ontem à noite, com um concerto muito competente.

O rocker americano, que antes deste concerto se apresentara por duas vezes em Portugal, chegou a Lisboa acompanhado de uma banda calejadíssima, com percussão, teclas e sopros ao rubro, e fez esquecer a insegurança da artista que o antecedeu com a sua presença sólida e máscula.

Num espectáculo versátil e equilibrado, houve baladas para derrotar eventuais resistências à causa, riffs capazes de conduzir o mais pacato dos espectadores ao mais endiabrado «air guitar» e solos para todos os gostos (destaque para o que nasceu do «prolongamento» de «Tunnel Vision» e se esfumaria apenas largos minutos depois).


Todo vestido de preto e com uma corrente dourada ao pescoço, Lenny Kravitz teve uma presença forte e empática em palco, mesmo sem necessidade de recorrer à habitual avalanche de elogios ao público nacional ou a grandes experiências com a língua de Camões. O trunfo do seu concerto esteve nas canções facilmente reconhecíveis e na forma séria e concentrada como todo o espectáculo foi conduzido.

Pouco antes do encore, havia já quem procurasse as saídas do recinto, como aqueles espectadores de futebol que abandonam o estádio quando sentem que o jogo está ganho. A avaliar pelas dificuldades registadas com os transportes no final da noite, terão feito bem. Mas os que aguardaram até ao término do concerto terão dado o seu tempo por bem empregue, pois o encore trouxe «Are You Gonna Go My Way», um dos temas mais aguardados do alinhamento.

Mais tântrico do que celibatário, portanto, o ex-namorado de Vanessa Paradis ofereceu ao público aquilo que o público esperava e desejava – canções de sucesso, rock de estádio, funk baladeiro e comunhão quanto baste, alternadamente com e sem óculos de sol. Dizem os totalistas dos concertos em Portugal que este foi aquele em que Lenny mais brilhou.

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